Pets
Futuro incerto de cães é um desafio para os abrigos em Pelotas
Nas redes sociais, voluntários incentivam a adoção de animais sem tutores; a campanha da Prefeitura “Encontre seu Pet” pretende dar um lar aos cães da Associação Rural de Pelotas
Foto: Jô Folha - DP - Animais aguardam retorno dos tutores ou de adotantes
A criação de abrigos provisórios destinados a animais de estimação foi uma das principais iniciativas emergenciais de enfrentamento à crise climática no Estado, garantindo que ninguém ficasse para trás. Resgatados da enchente ou perdidos dos seus tutores, os bichinhos precisaram ser encaminhados para um local seguro. Foi quando os canis provisórios entraram em cena, iniciando uma expansão desses espaços. Até o momento, conforme o site AbrigosRS, Pelotas conta com 11 abrigos exclusivos para pets, com exceção dos refúgios mistos, que aceitam pessoas e animais. A partir de agora, o desafio é pensar no futuro desses cães, principalmente os que restam na ausência de um lar definitivo.
O abrigo pet da rua Santos Dumont, 156, por exemplo, que acolhe temporariamente cães afetados pela enchente, teve o local disponibilizado de forma voluntária pelo proprietário, após solicitação de um dos locatários. O lugar já hospedou 136 cães e ainda restam 43. Agora, por conta do espaço ter sido cedido, a ideia é encerrar as atividades no próximo domingo. Por isso, os cães que possuem tutores já estão sendo entregues, enquanto são realizadas campanhas de adoção para dar um lar oficial àqueles animais que ainda não têm para onde ir. A responsável pelo abrigo, Emanuelle Knuth, garante que nenhum bichinho sem tutor retornará para a rua. “A nossa ação se encerrará somente quando todos encontrarem um lugar”, afirma.
O local também conta com um gatil, que no auge abrigou mais de cem gatos, e tem em torno de 40 no momento, já que boa parte dos bichos voltaram para suas casas ou foram adotados. Emanuelle conta que o fechamento do abrigo está bem alinhado para acontecer. Em razão disso, o trabalho de contato com tutores está intenso, assim como o de incentivo à adoção dos bichinhos por parte das famílias, evitando qualquer tipo de abandono, o que vai contra os princípios pregados durante todo o período de acolhimento. “A gente está trabalhando para que todos tenham uma casa. E a gente vai encerrar oficialmente as atividades quando isso acontecer”, atestou.
Conscientização e responsabilidade
Para adotar um pet, é importante ter discernimento sobre a responsabilidade dessa ação. Nesse sentido, Emanuelle salienta que o abrigo está se dedicando ao máximo no processo de esclarecimento das atribuições necessárias que a adoção incute às famílias. “Não é simplesmente deixar [o animal] no pátio e dar alimentação, dar água, enfim. É muito mais do que isso. Realmente tem que ter uma responsabilidade, gasto de medicação, de vacinação, ir ao veterinário. A gente sabe que é um custo bastante significativo, mas é algo que a gente tem que arcar”, destaca.
"Encontre seu Pet"
Em relação aos cães do abrigo da Associação Rural de Pelotas (ARP), o secretário de Qualidade Ambiental (SQA), Eduardo Schaefer, diz que teve início nesta semana, seguindo orientação do Ministério Público Estadual, a campanha “Encontre seu Pet”, com o objetivo de fazer com que pessoas moradoras de áreas alagadas que durante o resgate perderam seus animais compareçam ao parque da ARP para procurá-los.
Em paralelo, a SQA está chamando os tutores identificados que deixaram seus animais na Rural para recolhê-los se já estiverem em condições de ir para suas residências. Por fim, a partir do dia 10 deste mês, a secretaria pretende iniciar uma campanha maciça de adoções. “Não temos ainda uma estimativa definida de prazo, temos um acordo amigável com a ARP, prevendo no mínimo mais 60 dias para utilização dos espaços”, afirmou Schaefer.
Até agora, entre animais que reencontraram seus donos e animais devolvidos aos tutores, somam-se 93. Segundo o secretário, desde o início do abrigo da Rural, no dia seis de maio, já foram adotados 72 cães. Hoje, somam-se 272 animais abrigados no local.
Segundo o titular da SQA, a secretaria está trabalhando para que todos os animais retornem aos lares dos seus tutores e áreas de convivência se comunitários. Contudo, não se descarta buscar outras opções de abrigo, tais como lares temporários, ONGs, entre outros.
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